O Brasil nasceu do entrechoque
Como escreve Conceição Evaristo, “há mundos submersos que só o silêncio da poesia penetra”. A 36ª Bienal de São Paulo nos convida a pensar nesses estuários – lugares de encontro entre águas doces e salgadas, mas também entre culturas, memórias e violências históricas.
O Brasil nasceu desse entrechoque: povos originários, colonizadores e africanos escravizados. De encontros tão violentos brotaram resistências, culturas e modos de existência que ainda hoje germinam.
Escutar esses mundos submersos é reconhecer que a arte pode ser espaço de coexistência, reparo e reinvenção. Um chamado à paciência, à perseverança e à clareza para perceber até os movimentos mais sutis que moldam nossa humanidade.